sexta-feira, 15 de março de 2013

Os Idos de Março


Hoje, dia 15 de Março, celebra-se os "Idos de Março". 

Idos eram, no calendário romano, uma das três divisões dos meses, além das calendas e nonas. Os Idos marcavam a metade do mês, que na maioria dos meses era no dia 13. Mas em alguns meses como Março, Maio, Julho e Outubro, os Idos eram celebrados no dia 15. 

Os "Idos de Março" entraram para história devido ao ano 44 a.C., data na qual Caio Júlio César foi assassinado por Brutus e alguns conspiradores. 

Caio Júlio Cesar foi um patrício, líder militar e político romano. Foi decisivo na transformação da República Romana em Império Romano.


Segundo suas experiências internas, Samael Aun Weor diz ter sido o retorno  de  Caio Julio Cesar, conforme seu relato no livro "Mistério do Áureo Florescer - Capítulo 21 - Traição". Vejamos seu relato a respeito dos Idos de março:
"Voltar às malfeitorias de Roma e topar com Brutus, assinalado com uma faca da mão de Deus; remeter-se a esses originais; saborear o caramelo venenoso, certamente, não é nada agradável; mas é urgente tirar do poço dos séculos certas recordações dolorosas.

Transpassado de angústia, sem vanglória alguma, em estado de alerta novidade, conservo, com energia, a vivente recordação daquela minha reencarnação romana, conhecida com o nome de Júlio Cesar. (...)

Quando saí para as Gálias, roguei a minha bela esposa Calpúrnia que, ao regresso, enviasse a meu encontro nossos dois filhos.

Brutus morria de inveja, recordando minha entrada triunfal na cidade eterna; entretanto, parecia olvidar, de propósito, meus espantosos sofrimentos nos campos de batalha.

O direito de governar aquele império, certamente, não me foi dado de regalo; bem sabem os divinos e os humanos o muito que sofri.

Bem que poderia salvar-me da pérfida conjuração, se tivesse sabido escutar o velho astrólogo que visitava minha mansão.

Desafortunadamente, o demônio dos ciúmes torturava meu coração; aquele ancião era muito amigo de Calpúrnia e isto não me agradava muito...

Na manhã daquele dia trágico, ao levantar-me do leito nupcial, com a cabeça coroada de lauréis, Calpúrnia me contou seu sonho; havia visto, em visão, de noite, uma estrela caindo dos céus à Terra e me advertiu, rogando-me que não fosse ao Senado... Inúteis foram as súplicas de minha esposa. Hoje irei ao Senado, respondi de forma imperativa (...)

Horas mais tarde, em companhia de um auriga, marchava em carro de guerra, rumo ao Capitólio da águia romana... Bem rápido cheguei ali, entre os vivas tremendos das excitadas multidões.

Salve César! Gritavam-me...

(...) De repente, de forma inusitada, aparece diante de mim o ancião astrólogo, aquele que antes me havia advertido sobre os Tistilos de Março e os terríveis perigos; entrega-me, com sigilo, um pedaço de pergaminho, no qual estão anotados os nomes dos conjurados...

O pobre velho quis salvar-me; mas tudo foi inútil; não lhe fiz caso; ademais, encontrava-me muito ocupado, atendendo a tantos ilustres romanos...

Depois, sentindo-me invencível e invulnerável, com essa atitude cesária que me caracterizava, avancei rumo ao Senado por entre as colunas olímpicas do Capitólio.

Mas, ai de mim! Os conjurados, atrás dessas heróicas colunas, espreitavam-me; o afiado punhal assassino rasgou minhas costas...

Acostumado a tantas batalhas, instintivamente tratei de empunhar minha espada; mas sinto que desmaio; vejo Brutus e exclamo: Tu também, filho meu?

Logo... a terrível Parca leva minha alma...

Pobre Brutus... o eu da inveja lhe havia devorado as entranhas e o resultado não podia ser outro...

(...) Em tempos do terrível inquisidor Tomás de Torquemada, eu me reencarnei na Espanha; e este é outro relato muito interessante...

Falar sobre o citado inquisidor e o Santo Ofício, certamente não resulta muito agradável; porém, isso é agora conveniente...

Eu fui, então, um marquês muito célebre que, por desgraça, teve que se pôr em contato com aquele execrável inquisidor, tão perverso como aquele outro chamado Juan de Arbuses.

Naquele tempo, eu reencontrei o traidor Brutus, reincorporado em novo organismo humano.

Que conde tão incisivo, mordaz e irônico!... Boa burla fazia da minha pessoa!... Que insultos!... Que sarcasmos!

De nenhuma maneira queria eu enfrascar-me em novas disputas; não tinha ganas de enfadar-me...

A rusticidade, a grosseria, a incultura daquele nobre me dasagradava espantosamente; mas não queria censurá-lo; pareceu-me bom evitar novos duelos e, por isso, busquei o inquisidor...

Qualquer dia desses tantos, bem de manhã, dirigi-me ao palácio da Inquisição; devia buscar solução inteligente ao meu mencionado problema.

"Ó Senhor Marquês! Que milagre ver o senhor por aqui! Em que posso servi-lo?"

Assim contestou à minha saudação o monge que estava sempre à porta do palácio, onde funcionava o Santo Ofício...

Muitas graças, Sua Reverência, disse! Venho pedir-lhe uma audiência com o senhor inquisidor...

"Hoje é um dia de muitas visitas, senhor Marquês; porém, tratando-se do senhor, vou imediatamente diligenciar sua audiência."

Ditas tais palavras, desapareceu aquele frade, para reaparecer, ante mim, instantes depois...

"Passe, senhor Marquês! Consegui para o senhor a audiência." Muito obrigado, Sua Reverência!...

Atravessei um pátio e penetrei num salão o qual estava em completa escuridão; passei para outra sala e achei-a também em trevas; penetrei, por último, na terceira peça e sobre a mesa resplandecia uma lâmpada... Ali encontrei o temível inquisidor Torquemada...

Aquele cenobita parecia, certamente, um santo... Que olhar!... Que atitudes tão beatíficas!... Que poses pietistas!... Sobre o seu peito resplandecia um crucifixo.

Quantas santarronices, Deus meu! Que dissimulação tão horripilante!... É ostensível que o eu farisaico estava bem forte nesse monge azul...

Depois de muitas saudações e reverências, de acordo com os costumes daquela época, sentei-me ante a mesa junto ao frade...

"Em que posso servi-lo, senhor Marquês? Fale o senhor!..."

Muito obrigado, Vossa Senhoria!... Sucede que o Conde fulano de tal tem feito a minha vida impossível, insultando-me por inveja, ironizando-me, caluniando-me, etc.

"Oh! Não se preocupe o senhor por isso, senhor Marquês, já contra esse Conde temos aqui muitas queixas..."

"Imediatamente darei ordens para que o capturem. Encerrá-lo-emos na torre de martírio. Arrancar-lhe-emos as unhas das mãos e dos pés e lhe poremos, nos dedos, chumbo derretido para torturá-lo; depois queimaremos suas plantas com carvões acesos; e, por último, o queimaremos vivo na fogueira..."

Porém, por Deus! Ter-se-á tornado louco esse monge? Jamais pensei ir tão longe; só buscava na casa inquisitorial uma admoestação cristã para esse Conde, no qual se haviam reincorporado aqueles valores que outrora estiveram metidos na personalidade de Brutus...

Aquele monge azul, sentado ante a mesa sacra, com esse rosto de penitente e anacoreta, em atitude pietista e o Cristo colocado no pescoço...

Aquela singular figura beatífica, tão devota e cruel, tão doce e bárbara, tão santarrona e perversa...

Aquele malvado com pele de ovelha despertou, no interior de minha Consciência, um não sei que... senti que aquilo que tenho de Boddhisattwa se sublevava, protestava, gemia.

Uma tempestade íntima havia estalado em mim mesmo; o raio, o trovão não demorou em aparecer e então...

Ó Deus! Sucedeu o que tinha que suceder...

É o senhor um perverso, lhe disse! Eu não vim pedir-lhe que queime vivo a ninguém; só vim solicitar-lhe uma admoestação para esse nobre; o senhor é um assassino! Por isso é que não pertenço a sua seita, etc., etc., etc.

(...) O que sucedeu depois é bem fácil adivinhar; fui queimado vivo na fogueira, em pleno pátio do palácio da Inquisição...

(...) Então [em outra encarnação] me chamei Simon Bleler e andei pela Nova Espanha; não é meu propósito falar, no presente capítulo, sobre essa minha nova vida, nem sobre a minha anterior existência no México porfirista de antanho; só quero referir-me, agora, à minha atual reencarnação.

O Nêmesis da vida teve que me pôr, novamente, em contato com esses valores que outrora estiveram reincorporados na personalidade de Brutus...

Eu permiti a certo cavalheiro, retorno de tais valores, fazer algum labor no templo...

Muitas pessoas o escutaram e até parecia muito cheio de sinceridade; falava sobre Gnose e as gentes o aplaudiam...

Mas, de repente, algo inusitado sucede; um dia qualquer entra no santuário com atitudes agressivas...

Soa! Troveja! Relampeja! Converte-se num insultador; eu me limito, então, a perdoar e bendizer; logo se retira ameaçando...

Aquele ego havia voltado às suas antigas andanças; outra vez suas conhecidas calúnias e ameaças...

Tais despropósitos e mentiras inflamantes tinham, no fundo, certos sonhos sem tom nem som, nos quais me via por caminhos muito escuros, cometendo infindáveis delitos.

Resulta palmário e manifesto que aquele espírito perverso que ele via em seus sonhos absurdos, era um "eu" criado por ele mesmo desde a antiga Roma...

Tal eu de Brutus assumia, sob seus impulsos infraconscientes, minha própria forma e figura.

Não é demais comentar que algum desses seus outros eus, assumindo certa forma jesuscristiana, encomendara-lhe a missão de assassinar-me; assim o manifestou na praça pública...

Para libertar-me de tão ancestral inimigo, foi necessário pôr o caso em mãos de Anúbis, o Chefe dos Senhores do Carma...

Desde então, Brutus se afastou de mim, faz muito tempo que não o vejo neste mundo físico.

Do dito sobre Brutus e suas visões sonhadoras, conclui-se que ninguém, em verdade, pode converter-se em investigador competente da vida nos mundos superiores, enquanto não tenha dissolvido o eu psicológico e todos os elementos subjetivos que condicionam as percepções...

Ingrato a seus benfeitores, com muito trabalho de cavalheiro, sem dúvida, Brutus aceitou a Gnose e o Sahaja Maithuna...

Sem inibir-se no conhecimento de uma causa, mas dando as costas ao Guru (Mestre), trabalhou na Frágua Acesa de Vulcano inutilmente, porque Devi Kundalini não premia jamais a traição...

Ainda que se trabalhe muito seriamente com o Sexo-Yoga, a Serpente Ígnea de Nossos Mágicos Poderes jamais subiria pela espinha dorsal dos traidores, assassinos, adúlteros, violadores e perversos...

Devi Kundalini nunca se converteria em cúmplice do delito; o Fogo Sagrado ascende de acordo com os méritos do coração...

Magia Sexual é fundamental; porém, sem santidade não são possíveis os triunfos espirituais...

Brutus pensou em um Kundalini mecânico e se equivocou lamentavelmente; a Divina Mãe é muito exigente...

Para o indigno todas as portas estão fechadas, menos uma, a do arrependimento. Desafortunadamente, Brutus não quis golpear nessa porta e o Fogo Sagrado, em vez de subir por seu canal medular, precipitou-se desde o cóccix, convertendo-se no abominável órgão Kundartiguador, a cauda de satã...

Uma noite estrelada, conversando nos mundos superiores, com meu grande amigo, o resplandecente anjo Adonai, que agora tem corpo físico, tive que receber uma notícia extraordinária...

"Fulano de Tal (Brutus) -disse o Anjo- despertou no mal e para oo mal."

Isto o comprovei alguns dias depois, ao encontrá-lo nos mundos superiores...

Concluiremos o presente capítulo com aquelas palavras que escutara, em êxtase, Daniel, o Profeta Eterno, e que se referem aos tempos do fim...

"E muitos dos que dormem no pó da terra serão despertados; uns, para a vida eterna e outros, para a vergonha e confusão perpétua."

"Os entendidos resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que ensinam a justiça à multidão, como as estrelas na perpétua eternidade."

"Porém, tu, Daniel, encerra as tuas palavras e sela o livro até o tempo do fim. Muitos correrão daqui para lá e a ciência aumentará."
Interessante notar neste relato os aspectos do Eterno Retorno, pois sabemos que nossos "valores" (nossos egos) retornam ao Vale do Samsara (este mundo no qual vivemos). Como nossa consciência está adormecida e presa ao nosso ego, esta é arrastada novamente à existência, quando nossos valores retornam.

Repetimos incessantemente os mesmos dramas, comédias e tragédias de nossas vidas anteriores. 

Somente através da aniquilação budista adquiriremos a libertação final!  

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