quinta-feira, 17 de abril de 2008

Odin


As runas são os caracteres que formam o antigo alfabeto utilizado pelos povos que habitavam o Norte da Europa, entre eles os Escandinavos e os Celtas. 

O conjunto de letras que utilizamos hoje chama-se "Abecedário", já que o próprio nome contém as primeiras letras que compõe este conjunto (A, B, C e D). O mesmo acontece no alfabeto rúnico, que se chama "Futhark", já que este nome também compõe-se das primeiras letras que formam este conjunto de letras utilizadas pelos antigos povos da Europa Setentrional: Fá, Ur, Thor, Ario, Rita e Kaun.

Os Celtas pertencem à família dos povos indo-europeus. Ocupavam o Noroeste da Europa, ou seja, as Ilhas britânicas, Península Ibérica e também parte do que hoje é a França (Gália) e a Espanha (Galiza). Eram compostos por um conjunto de tribos (clãs), sem uma unidade política bem definida. Existem vestígios dos Celtas nesta região européia desde 2.000 aC, sendo eles também responsáveis pela introdução de calças na indumentária masculina e pelo início da Idade de Ferro.

Como praticantes de uma religião baseada na natureza, para os escandinavos, os bosques eram o local mais apropriado para exercer a sua fé, assim como altares simples que encontravam-se em casa. Também existiam centros espirituais importantes, como Uppsala, na Suécia. Os Escaldos eram os poetas da corte dos reis escandinavos.

Já na comunidade celta, existiam três principais personagens religiosos. Esta hierarquia era formada pelos Bardos, Ovados e Druidas. Os aspirantes a Druida - os Bardos - estudavam música, poesia, oratória, enfim, todos os assuntos que agregassem uma cultura geral. Após isso, tornavam-se Ovados, os responsáveis por profetizar. E finalmente, atingiam o grau de Druida, ou seja, aqueles que manipulavam a energia da natureza de forma mágica, positiva e consciente. Estima-se que eram necessários 20 anos de estudos para um aspirante tornar-se Druida.

Através da mitologia e da música é que se transmitiam o conhecimento nas sociedades antigas, já que pouco encontra-se na forma escrita.

Segundo a Mitologia Escandinava, o Deus Odin (Governante de Asgard) procurava por sabedoria, e por isso lançou um de seus olhos no poço, em troca de um gole de sabedoria. Odin, perfurado por sua própria lança, pendurou-se de cabeça para baixo, durante nove dias e nove noites, em uma árvore que sustentava tudo o que existia: Yggdrasil.

Aqui podemos realizar uma analogia deste feito com a carta 0 do tarô, "o louco", que em algumas vezes é mostrado como sendo pendurado de cabeça para baixo ou, em outras formas, caindo em um precipício. O simbolismo de nove dias e nove noites pendurado de cabeça para baixo, assim como a "descida" do louco, pode ser interpretado como sendo a descida à nona esfera, ou seja, ao sexo

Somente descendo para se trabalhar no nono círculo - o sexo - é que se pode encontrar a força necessária para eliminar de dentro do nosso interior os defeitos que carregamos, e assim, adquirir a verdadeira sabedoria. Uma sabedoria legítima, interna, a "Gnosis" em seu sentido grego, ou seja, a sabedoria consciente e prática - a vívida experiência do real.

Odin pendurou-se de cabeça para baixo durante nove dias e nove noites na árvore da vida, Yggdrasil (ou seja - trabalhou com suas energias sexuais a fim de eliminar de sua psique as formas nocivas e degeneradas da luxúria, inveja, orgulho, preguiça, cobiça, medo, ira e gula, entre outras) e assim obteve o verdadeiro conhecimento, a sabedoria legítima (Gnosis). Em posse desta, Odin pode confeccionar as Runas.

Nenhum comentário: