sábado, 2 de maio de 2009

O Poder da Intuição

Há tempos o homem tem buscado o conhecimento. E, devido as formas e métodos utilizados, podemos dividir esta busca de duas formas básicas, ou dois estilos diferentes: O método ocidental e o método oriental. O método ocidental, aquele no qual estamos inseridos, sofreu grandes mudanças de paradigmas ao longo da história. 

O conhecimento grego, romano, egípcio - a base do conhecimento ocidental - sofreu diversas alterações; A base deste conhecimento era a percepção do mundo exterior e o uso da razão como ferramente para buscar entender o universo. 

Já o conhecimento Oriental está baseado nos ensinamento de grandes seres que viveram na Índia, China e Japão, principalmente.


No Ocidente, o fim do Império Romano do Ocidente, após as invasões bárbaras, marca o início da Idade Média ou Idade das Trevas, como também é conhecida. Isso porque neste período histórico, a civilização ocidental esteve sob o forte domínio do pensamento eclesiástico, deixando para trás todo e qualquer tipo de discernimento provindo da razão, já que a Igreja Católica Apostólica Romana era a única detentora do conhecimento. Muitos livros, tratados, pergaminhos e papiros foram simplesmente destruídos, para que o homem fosse salvo apenas por sua fé.

Claro que este período é assim denominado levando-se em conta apenas a Cultura Ocidental, já que no Oriente, esta época era uma época de diversas descobertas, principalmente com os Árabes.

Analisando sob o ponto de vista gnóstico, e ampliando o tema, poderíamos dizer que a Terra, como planeta, pode ser visto também como um grande organismo. E como um organismo, também possui seus cilindros. Enquanto nas civilizações antigas tínhamos o uso da Razão (Centro Intelectual), balanceada com o uso do Teatro (Centro Emocional) e das Danças Sagradas (Centro Motor), ou seja, o conhecimento era passado através daquilo que denominamos "três cérebros" - Cérebro Intelectual, Cérebro Emocional e Cérebro Motor/Instintivo/Sexual.

O mesmo não ocorreu durante a Idade Média. Segundo a Escolástica, a linha de pensamento vigente na época, o uso do Centro Intelectual (Razão) deveria ser submisso em relação ao uso do Centro Emocional (Fé). Criou-se assim um desequilíbrio entre Razão e Fé; O homem instruído desta época era - via de regra - um clérigo, que possuía um pequeno conhecimento sobre as ciências naturais e que tinha a missão de "salvar almas". Um retrato interessante desta época podemos evidenciar no filme "O Nome da Rosa".

Existe também em nosso Universo aquilo que podemos definir como uma lei universal, a "Lei do Pêndulo". Ou seja, tudo deve estar em constante equilíbrio e harmonia, mas quando alguma coisa tende para um lado, de acordo com esta lei, esta tenderá, depois, para o outro lado, afim de equilibrar e balancear a energia do sistema. 

Chama-se a esta Lei de "Lei do Pêndulo" pois assimila-se muito com o movimento dos antigos pêndulos de relógio. Estes pêndulos que são os responsáveis pelo funcionamento do sistema. Aqui deixamos uma reflexão: Se os pêndulos são necessários para o funcionamento do sistema, será que nossa vida particular também não está baseada nesta lei dos pêndulos? Será que não usamos nossas energias de forma desequilibrada e desarmônica, e desta forma será que não contribuímos para que este sistema perpetue-se infinitamente? 

Essa é a alegoria da Roda de Samsara, que gira incessantemente. Uma das propostas da Gnosis é esta: O Equilíbrio, e por consequência, a experiência direta.

Após a Idade das Trevas, os pensadores da época começaram a questionar a real importância da Igreja em suas vidas. Surgiu um movimento denominado "Renascimento", pois fazia renascer os preceitos da antiguidade clássica. 

Podemos dizer que com o Renascimento, o pensamento e a forma de olhar a vida voltaram a ter uma influência greco-romana. O pêndulo deste grande mecanismo planetário estava de volta ao equilíbrio. Nesta época surgem muitos pensadores, artistas, músicos, ou seja expoentes clássicos admirados até hoje. O preparo e estudo estavam agora não apenas nos clérigos da Igreja, mas nos homens livres das cidades. Isso fez com que a cultura e a ciência expandissem-se até níveis não vistos antes. 

Desenvolveram-se muitas ciências, e geralmente os homens tinham instrução em diversos desses ramos, como física, matemática, medicina, astrologia, astronomia, botânica, engenharia, pintura, arquitetura... Se o Escolasticismo era a proposta filosófica da época, o Humanismo era a proposta da Idade Moderna. E os humanistas almejavam o homem ideal, perfeito em corpo e espírito, sendo ao mesmo tempo um filósofo, um cientista e um artista, ou seja, um homem equilibrado. O Pêndulo universal voltava mais uma vez ao equilíbrio com o Renascimento Europeu.

Já no século XVII surge a chamada "revolução científica", que dita os parâmetros da sociedade até os dias atuais. O método científico, que por um lado trouxe muitos benefícios para a sociedade em geral, proporcionando descobertas e mudanças de paradigmas, por outro lado suprimiu por completo o empirismo, ou seja, a capacidade do ser humano utilizar as próprias experiências como dados científicos válidos.

Após o Renascimento (Idade Moderna) surge uma época que chamamos de "Iluminismo". O iluminismo é marcado pelo esplendor da crítica, da razão e pelo avanço da ciência.

A partir da adoção do método científico, a civilização ocidental começou a adotar parâmetros puramente racionais, intelectuais, para definir o futuro da sociedade. O Centro Intelectual, que sempre divide-se entre Afirmação e Negação, Sim e Não, Tese e Antítese, não consegue experimentar a verdade absoluta. Este Centro sempre está em uma eterna luta de opostos. Tanto é verdade, que a ciência baseia-se em teses, teorias, modelos que procuram explicar a "realidade", mas que não podem ser consideradas como absoluta verdade. Muito pelo contrário. Uma tese científica tem várias premissas básicas, como observação do fato, descrição do mesmo, previsão (já que o modelo deve servir para as questões do presente, passado e futuro), controle (os experimentos devem ocorrer sob ambiente controlado, para que o pesquisador controle todas as variáveis que possa interferir no processo) e falseabilidade (toda e qualquer teoria científica, pode, a qualquer momento, ser considerada como falsa). 

Podemos resumir então que as teorias científicas vigentes nada mais são que a "explicação menos errada" da realidade. Não nos pronunciamos aqui contra a ciência e seus avanços tecnológicos. Isto seria absurdo. Apenas questionamos a utilização de um centro (intelectual), quando possuímos tantas outras faculdades cognitivas.

Uma prova cabal disto que afirmamos é a "Teoria Gravitacional". O modelo proposto por Sir Isaac Newton foi durante muito tempo considerado como uma lei exata. Hoje já se sabe que a referida lei não pode ser sustentada em experimentos envolvendo movimentos em velocidades próximas à da luz ou em proximidade a campos gravitacionais fortes. Então, como fica a lei da gravidade nestas situações? Qual é a verdadeira realidade da lei da gravidade? Sem estas condições "extraordinárias", as Leis de Sir Isaac Newton ainda continuam sendo um excelente modelo de movimento e da gravitação universal. Mas e quando estas Leis entram em ação, o modelo de Sir Isaac Newton cai por terra...

Mais uma vez deixamos claro que não somos contra a ciência oficial. Ela apenas é parte de um processo de nossa sociedade, e acreditamos que como forma de investigação é limitada.

Nós, gnósticos, temos meios para a verificação da realidade. Isto de utilizar apenas parte de nosso potencial (Centro Intelectual) nos parece demasiado deficiente.

Uma forma de acabarmos com este dualismo de nossa mente e obtermos conhecimento é através de uma prática muito difundida na civilização oriental: a Meditação.

Deixamos aqui um convite às práticas da meditação, como forma de compreensão de si mesmo e do universo.

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